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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O outro lado - capitulo 02

Capitulo 02: Tristeza em meu coração;

Tinha tentado não pensar - não ver - Jacob nas ultimas semana. Mas o encontro seria inevitável – a dor seria inevitável.
Estava na véspera do casamento, parecia impossível, a dor em meu peito só aumentara.
Foi ali, sentada no refeitório, tentando esquecer Jacob Black, que eu os vi pela primeira vez.
Eles estavam sentados num canto do refeitório, o mais longe possível de onde eu estava. Eram cinco. Não conversavam e não comiam, apesar de cada um deles ter uma bandeja intocada de comida na sua frente.
Dos três garotos, um era grande - musculoso como um levantador de peso profissional, com cabelo escuro e encaracolado. Outro era alto, mais magro, mas ainda musculoso, e com cabelo loiro escuro. O outro era mais magro, menos musculoso, com cabelo cor de bronze, meio bagunçado. Ele parecia mais jovem do que os outros que pareciam que poderiam estar na faculdade, ou ate mesmo serem professores ao invés  de alunos.
As garotas eram opostas. A mais alta era maravilhosa. Ela tinha uma silhueta linda, do tipo que se vê na capa da revista Sports Illustrated, na edição de roupas de banho, e daquelas que fazem as outras garotas se sentirem mal consigo só por estarem na mesma sala. O cabelo dela era dourado, gentilmente balançando até o meio das costas. A outra garota era mais baixa e parecia uma fadinha. Bem magra, com feições  pequenas. O cabelo dela era totalmente preto, cortado curtinho e apontando para todas as direções.
O garoto com cabelo cor de bronze se virou e colocou seus olhos dourados em mim.
Nossos olhos se encontraram por alguns segundos, me fazendo corar instantaneamente.
-Já comprou o seu vestido?-perguntou Jéssica;
-Não. -respondi virando meu rosto, para encarar Jéssica.
-Onde você vai comprar?-perguntou ela, novamente.
-Não sei. -respondi sem humor.
-Você não parece muito animada. -foi tudo o que ela disse antes de se virar para conversar com Mike.
Jéssica estava muito feliz nos últimos dias, e eu sabia muito bem o motivo.
Bella se casaria com Jacob não com Mike!
O sinal tocou me fazendo pular de susto. Olhei na direção dos Cullen, mais eles não estavam mais lá.
-Eu também não comprei o vestido. Podemos comprar juntas. O que você acha?-perguntou Ângela.
-Pra mim esta perfeito!-falei com falsa animação. -Que horas?
-Depois da aula?-perguntou ela levantando a sobrancelha.
-Perfeito!-foi tudo que conseguir dizer.
Andei lentamente pelos corredores da escola olhando para o chão;
Tropecei nos meus próprios pés, senti duas  mãos  frias me segurando pelos ombros, me impedindo de cair.
-Desculpe. -levantei meus olhos para ver quem era o meu salvador. A primeira reação que tive foi ficar olhando naqueles lindos olhos dourados.
-Não foi nada. -respondeu o garoto de cabelos cor de bronze.
-Você é um Cullen!-afirmei sem pensar.
-Sou Edward Cullen. -se apresentou, tirando suas mãos dos meus ombros e  ofereceu sua mão direita para mim. -Prazer em conhecê-la.
-Sou Andie Clearwater. -falei pegando usa mão. -E um prazer conhecê-lo também!-depois que falei meu sobrenome, o rosto calma de Edward, mudou para uma expressão de choque; - Tem alguma coisa errada com o meu sobrenome?
-Não. Você é da reserva?-perguntou ele, ainda com a expressão de choque em seu lindo rosto de anjo.
-Não exatamente. -suspirei pela longo história  a seguir. -Meu pai é de La Push, e minha mãe é daqui mesmo.
-Então você é uma Quileute?-perguntou ele interessado.
-Sim, por quê?
-Não é nada demais. -ele se virou um pouco mais para mim, colocando seus olhos nos meus, e abrindo aquele sorriso torto. - Já ouvi muitas histórias da sua tribo.
Olhei ao redor, e não havia mais ninguém no corredor, além de Edward e eu.
-Qual será a sua próxima aula?-perguntou ele interessado.
-Matemática. -respondi.
-A minha também. Posso acompanhá-la?
-Claro. -foi tudo que consegui dizer.
Andamos em silêncio pelos corredores até a sala de Matemática.
-Bom, chegamos. - avisei apontando para a porta da sala de Matemática.
-Posso sentar ao seu lado?-perguntou ele olhando para a única mesa vazia.
-Claro. -respondi indo até a mesa. -Vai ser bom ter uma companhia nessa aula... -murmurei para mim mesma.
-Você sempre fica sozinha nessa aula?-perguntou ele se sentando ao meu lado.
-Sim. -suspirei. - Nessa aula não conheço ninguém.
-Então, posso sentar ao seu lado, sempre?
-Nossa seria ótimo. -foi tudo que disse antes da professora entra na sala.
“Por favor. Não agora!”-choraminguei mentalmente para a dor em meu peito.
Jacob invadia minha mente deixando um rastro de dor pelo caminho.
Respirei fundo, tentando não gritar, tentando prender as lágrimas. Mais toda aquela dor era inevitável, ele nunca seria meu, ele nunca foi meu!
Eu preferia morrer ao vê Jacob partir!
 -Você esta bem?-perguntou Edward.
Foi como um anjo me tirando da dor, puxando-me para a superfície do mar escuro.
-Sim. - sussurrou.
-Você não parece bem. - me virei para encontrar seus olhos. -Acho que você deveria ir para casa!
Mas nem o anjo era capaz de me tirar do sofrimento por muito tempo.
A dor voltou mais forte me fazendo gemer.
-Acho que vou pra casa!-levantei-me  cruzando meus braços na altura do peito, apertando para ver se a dor diminuía.
Sai da sala sem falar com a senhorita Catharine, e sem pegar as minhas coisas.
Aquela dor estava me impedindo de pensar, a única coisa que estava em minha mente, era sair dali.
Corri pelos corredores até chegar ao vestiário na quadra de esportes. Não teria ninguém lá, o senhor Carter estava doente. Não estava tendo aula de Educação Física, nessa semana.
Quando cheguei ao vestiário desmoronei. Estava sem chão e sem motivos para continuar lutando.
Minhas lágrimas pareciam não ter fim, minha tristeza parecia não ter fim.
Eu tinha perdido o pouco de esperanças que ainda me restava.
Fiquei no vestiário por horas, até que escutei o sinal tocar. As aulas de hoje tinha acabado;
Eu tinha combinado com Ângela de ir comprar o vestido. Não a deixaria esperando, não poderia fazer isso com ela!
Levantei-me do chão tentando não desmoronar novamente.
Andei até o grande espelho que havia na parece.
Meu rosto estava todo vermelho e meus olhos estavam inchados. Não me importava de estar com uma boa aparecia - nunca me importe.
Olhei ao redor procurando minha bolsa, mas me lembrei que tinha deixado na sala de aula.
Voltei a andar pelos corredores da pequena escola, tentando não cair.
Sempre fui desajeitada e sem nenhum equilíbrio, então sempre estava caindo.
Vi Ângela encostada na porta da sala de Português - essa seria nossa ultima aula.
-Oi, Ângela. -cumprimentei quando já estava muito perto dela.
-Achei que você tinha me dado um bolo!-disse ela com os olhos cheios  de lágrimas.
-Claro que não. -coloquei minha mão na cabeça, tentando encontra um bom motivo para a minha demora. -Eu não estava me sentindo bem, mais já estou aqui!
-Olha não tem problema se você não quiser ir... -disse ela colocando usa mão em meu ombro.
-Já estou me sentindo melhor. -sorri para Ângela, ela era sempre muito compreensiva, ela era uma ótima amiga. -Onde agente vai comprar os vestidos?
 -Pode ser em Port Angeles?-perguntou ela levantando a sobrancelha.
-Como você preferir... -sussurrei suspirando.
-Você tem certeza que esta bem?- vi a preocupação novamente em seus olhos.
-Estou. -suspirei. -Não estou muito animada com esse casamento. -deixei escapar.
-Eu percebi! -olhei assustada para ela. Com medo que ela fosse como a Jéssica, e me fizesse falar tudo. -Não precisa contar nada. Mais se você precisar estou bem aqui.
Como eu podia pensar uma coisa dessas de Ângela?Ela nunca seria como a Jéssica!
-Obrigada, por ser minha amiga!-falei com lágrimas nos olhos. Eu estava muito feliz que Ângela fosse minha amiga.
-Obrigada?-ela olhou incrédula para mim. -Sempre serei sua amiga.
Quando percebi já estava abraçando Ângela e ela nem reclamou como Jéssica fazia.
-Vamos?-perguntou ela, quando tirei meus braços ao seu redor.
-Claro!-respondi pela primeira vez, animada de verdade.
Fomos conversando no carro o tempo inteiro, mas o único assunto que não era realmente tocado era o casamento e isso era uma coisa maravilhosa.
No fundo eu tinha impressão que Ângela sabia que o real motivo da minha tristeza era o casamento, mais não tive coragem de perguntar a ela.
Ângela e eu não éramos do tipo que ama fazer compras. Mais nós tínhamos realmente nos divertido nas compras. Sempre estávamos rindo das minhas piadas bobas, e só o som da risada dela me fazia rir também.
Pela primeira vez na semana eu tinha realmente esquecido Jacob – esquecido completamente a dor em meu peito.
-O que você acha desse?-perguntou ela.
Ângela estava com um vestido azul claro de seda. Ele era aberto nas costas e tinha rendas no comprimento.
Ela estava maravilhosa!
O vestido estava dando um contraste em sua pele, que a deixa ainda mais bonita.
-Está perfeito em você!-gritei de empolgação.
Ângela me fez experimentar um vestido rosa de alça. E quando eu voltava para mostrar como havia ficado, vi um vestido roxo aberto nas costas, meu olhos se encheram de lágrimas. Ele era o vestido mais lindo que eu já tinha vida na minha curta vida.
Ângela acompanhou o meu olhar, e instantaneamente abriu um sorriso.
-Vá experimentar aquele!-apontou ela para o vestido.
Fui rapidamente experimentar o vestido com um sorriso estampado em meus lábios. Quando voltei Ângela começou a bater palmas, e isso me fez sorrir instantaneamente. Virei-me ficando de frente para o grande espelho, para ver como ficara o vestido.
Ele tinha ficado perfeito, mais meu sorriso se desfez automaticamente, quando  lembrei o real motivo de estar o comprando. O rosto de Jacob invadiu minha mente, deixando um rastro de dor pelo caminho percorrido.
-O que foi?-perguntou Ângela se aproximando de mim.
-Não sei por que estou feliz de compra esse vestido. -sussurrei sem perceber.
Ângela me levou pelo braço até o único banco que havia na pequena loja.
-Porque ficou lindo em você!-afirmou ela.
-Eu amei esse vestido... -apontei para o vestido em meu corpo. -Mais odeio o motivo de estar o comprando.
-Eu sabia que o motivo da sua tristeza era esse casamento... -ela suspirou colocando usa mão em cima da minha.
-Sabe Ângela, não encontro motivos para continuar lutando por uma coisa, que sei que esta perdida. -confessei.
-Não é exatamente uma coisa, nê?-ela tirou a mecha de cabelo que caiu sobre meus olhos. -Eu sempre soube que você o amava. -ela esperou a minha reação, mais como sempre eu não fiz nada. -Você é tão clara como a água.
-Eu sempre quis esconder. Sempre tentei lutar em segredo, mais agora não tem mais como continuar lutando. Ele vai se casar com Bella,  eu espero, no fundo do meu coração que seja muito feliz.
-Eu te entendo perfeitamente. -ela sorri tentando me reconfortar, mais naquela hora era impossível!
-Vamos?-perguntou ela pagando o vestido que acabara de comprar.
-Sim. -respondi pagando o meu também.
À volta pra casa não fui tão alegre como tinha sido na ida. O meu coração estava cheio de dor e agonia.
Eu só esperava que o casamento passasse logo e minha dor, também.
-Chegamos. -disse a Ângela, enquanto eu encostava o carro na frente de sua casa.
-Vamos juntas ao casamento?-perguntou ela abrindo a porta do carona e saindo para a noite.
-Claro... -eu quase disse que seria ótimo ir com ela a qualquer lugar. Mais me contive. -Eu te pego às 19h30min?
-Claro. -seus lindos olhos escuros me reconfortavam, só com apenas um olhar de amizade.
Observei minha amiga entrar em casa, e a dor ainda estava presente.
Dirigi com todo cuidado pelas estradas de Forks, me esforçando para não chorar.
Estacionei na garagem de casa com toda a atenção. Eu tinha que manter minha mente ocupada o máximo possível.
Sai do carro lentamente sem me importar com a chuva que molhava meus longos cabelos escuros.
Entrei em casa sem ligar para barulho que fiz, quando fechei a porta com toda a minha força.
Minha mãe estava jogada no sofá -como sempre- quando estava passando as coisas que a agradava na TV.
Coloquei meus olhos na TV, tentando saber o que estava passando. Mas não tive muito sucesso.
-O que esta passando?-perguntei indo me sentar ao lado de minha mãe.
-“O amor não tira férias”. -disse ela sem tirar os olhos da TV.
-Hum... -voltei meus olhos para a TV. - Esse realmente é muito bom...
Minha mãe não respondeu a minha afirmação, como sempre.
Levantei-me sem me importar se perderia o filme. A ultima coisa que eu queria era ver um filme romântico.
-Não se esqueça que é amanhã é o casamento!-gritou minha mãe. Enquanto eu subia as escadas com a mão no apoio da escada.
Como se eu fosse esquecer!-pensei suspirando.
Entrei no meu quarto trancando a porta. Sem testemunhas.
Sentei-me no chão, abraçando minhas pernas, encostada na porta, tentando comprimir o grito que estava preso na minha garganta, deixando só as lágrimas escaparem.
Fiquei assim por horas, tentando aceita tudo o que estava acontecendo em minha vida.
Meu celular começou a vibrar no bolso de trás da minha calça. Fiquei o vendo vibrar sem reação, ate que resolvi atender.

-Alo? - atendi com a minha voz ainda tremula.
-Andie? - perguntou uma voz educada.
-Sim? - perguntei sem reconhecer a voz do outro lado da linha.
-Você esqueceu a sua bolsa na escola, então resolvi entregar pessoalmente.
-Edward? - perguntei ainda sem entender nada.
-Sim. - respondeu ele. Quase pude ver o sorriso em seu rosto. O que me fez rir, automaticamente. - Não acredito que esqueceu a minha voz, tão cedo!
-Desculpe. - suspirei tentando encontrar uma boa desculpa. - É que acabei de acorda.
-Você esta em casa?
-Sim, por quê?
-Posso levar a sua bolsa? - perguntou ele, com há voz um pouco mais baixa.
-Melhor não. - eu não estava em condições. -Eu pego segunda, pode ser?
-Claro.  - suspirou. -Até segunda.
-Tchau. - foi tudo o que consegui disser antes de desligar.


O cansaço vem ao meu corpo - finalmente-, meus olhos estavam se fechando, sem eu ao menos perceber.
Fui me arrastando até a cama, não tinha forças suficientes para me levantar. Deitei-me na cama e fechei os olhos, ainda tentando esquecer Jacob – tentando ignorar a dor em meu peito. Foi assim que acabei adormecendo.

Jacob olhava para mim com seus olhos cheios de lágrimas.
Ele simplesmente se virou e começou a caminhar se distanciando de mim.
Senti uma dor aguda em meu coração, mais ignorei. Comecei a correr atrás de Jacob, sem ligar pelos tombos no caminho.
Derepente ele não estava mais lá, e minhas pernas estremeceram.
Cai no chão, e sem perceber a dor estava tomando o meu ser.
-Jacob!-tentei gritar, mais a voz não saiu.
Derepente dois olhos dourados me fitaram. O anjo salvador estava se aproximando lentamente de mim, sem fazer barulho algum.
Edward se abaixou no chão ao meu lado, e estendeu a mão para mim.
Mais mesmo tendo o anjo perto de mim, não foi capaz de me tirar da escuridão. Minha mente se perdeu num mar de dor e agonia.
Eu queria falar com o anjo, mais não consegui encontrar a minha voz, em meio à dor.
O anjo desapareceu me deixando sozinha com o desespero. Estava tudo escuro, meus olhos estavam cheios de lágrimas. A dor cada vez me atingia mais forte.
Gritei por socorro, por horas, talvez dias. Mas ninguém vem ao meu encontro.
Eu estava sozinha e sem rumo, sem desejo de lutar com a escuridão que corrompia meu coração. Eu queria morrer!
Eu preferia morrer ao ver Jacob partir!
Mais no fundo eu sabia que ele nunca voltaria. Eu esperaria eternamente...




Escutei um barulho alto me tirando do pesadelo. Meu rosto estava molhado pelas lágrimas.
Olhei ao redor procurando pelo meu celular que tocava. Ele ainda estava no chão perto da porta. Levantei lentamente, quase caindo algumas vezes. Era o despertador. Gritei.

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