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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O outro lado - capitulo 06

Capitulo 06: Amor além da vida

-Você lembra das lendas da sua tribo?-perguntou ele seriamente.
-Lembro. Mais o que elas tem haver com isso?
-Na verdade, elas têm tudo haver. -ele olhou ao redor. -Então, sobre o que você se lembra?
-Bom, lembro dos guerreiros que saiam de seus corpos, que lutavam com seus espíritos. Lembro também da terceira esposa e lembro um pouquinho das histórias da alcateia.
-Não tem mais nada?-ele perguntou fazendo uma careta.
-Bom... -coloquei minha mente para funcionar. -Ah, lembro das historias dos frios.
-E sobre o que você lembra sobre os frios?- continuou ele.
-Lembro que eles bebiam sangue para sobreviver e que eram muito fortes. – sussurrei. -Não entendo aonde você quer chegar.
-Você acredita que essas histórias poderiam ser reais?-perguntou.
-Bom, não sei. -afirmei. -Poderiam.
-Então, você acreditaria se eu te dissesse que essas histórias realmente são verdadeiras?
Agora eu não sabia o que responder, eu poderia dizer que não mais estaria mentindo. Sempre gostei daquelas lendas e sempre  quis que elas fossem verdadeiras.
-Eu acreditaria. - respondi finalmente depois de alguns minutos.
-Eu vou ser direto com você. -ele suspirou. -Espero que você ainda goste de mim, depois de saber o que eu  sou, e o que eu faço para sobreviver.
-Eu sempre vou  amar você. -coloquei minha mão em cima da dele. -Eu sempre vou estar com você.
-A primeira coisa que você deve saber, é que eu tenho um poder. -ele esperou minha reação.
-Um poder?-perguntei calmamente.
-Eu posso ler mentes, ouvir os pensamentos das pessoas. -continuou ele esperando a minha reação.
Parecia ser uma coisa absurda, mas, por incrível que pareça eu acreditava nas palavras de Edward, eu sentia que aquelas palavras eram verdadeiras.
-Você acredita em mim. -ele afirmou.
-Se você sabia o tempo todo que eu  te amava porque não me falou nada?-perguntei curiosa.
-Eu só tive certeza quando eu fui à sua casa, eu ouvi o que você estava pensando. -o seu sorriso desapareceu. -Eu queria tirar aquela tristeza do seu coração e não sabia como.
O meu sorriso desapareceu também, eu não sabia o que fazer. Ele sabia de tudo!
-Sim, eu sei. Mais saiba isso não muda nada. -ele colocou sua mão fria em meu rosto. -Eu sempre vou estar com você, meu amor.
-É estranho saber que você ouviu meus pensamentos, mas, eu não me importo. -coloquei minha mão em seu rosto de anjo.
-Você amava Jacob verdadeiramente. -ele abaixou seus olhos. -Sei que você me ama, mais...
O meu coração doeu em ver a tristeza em seus olhos dourados.
-Eu amo você, isso que importa, não é?-me aproximei dele.
-Com agente é muito mais que simplesmente amor. -ele levantou seus olhos fitando-me. - Com agente aconteceu uma coisa chamada imprinting.
-imprinting?-perguntei confusa.
-É como se fosse à mistura de todos os sentimentos. A mistura de todas as formas de amar. -ele passou seus dedos pelo meu braço, fazendo meus pelos se arrepiarem. -E por isso é muito mais forte.
-Eu já ouvi algo sobre isso, mais não sei onde... -murmurei.
-Você ouviu nas lendas Quileute. -sussurrou ele. -Eram comuns os lobos terem isso.
-Então você é um lobo?
-Eu não, mais você sim. -ele tirou uma mexa que caiu do meu cabelo tampando os meus olhos, colocando atrás da minha orelha. -Você é uma descendeste Quileute. Seu avô foi um lobo, é assim que acontece.
-Então todas aquelas historias eram verdadeiras?-sussurrei.
-Sim, todas elas. -seus olhos ficaram sérios de novo me deixando angustiada. -Não precisar ficar assim. Só estava tentando arrumar coragem para te dizero que eu sou.
-O que você é?-perguntei automaticamente.
-Eu sou um frio. -ele respirou fundo. -Eu sou um vampiro.
-Se você é um vampiro e eu sou uma loba, somos inimigos naturais. –afirmei. -Como poder haver um imprinting entre nós?
-Essa é uma pergunta que eu ainda estou procurando a resposta. -ele afirmou. -Você não vai me odiar, por ser um monstro?
-Você não é um monstro. Você não tem culpa de ser um vampiro. E eu não me importo de você ser um. Meu amor por você esta muito, além disso, pelo menos, para mim.
-Para mim também. -ele me abraçou. -E fique tranquila eu não tomo sangue humano, eu não mato ninguém.
-Isso nem passou pela minha cabeça, ainda. -confessei.
-Eu sei, mais queria deixar claro. -ele sorriu timidamente. –A sua transformação esta próxima.
-Como você sabe?
-Eu fiquei prestando atenção em seus pensamentos. Seus sentidos estão ficando cada vez melhor. Hoje você sentiu o cheiro doce que queimou um pouco o seu nariz. - ele ficou um minuto em silencio. -E aquele cheiro é o cheiro dos vampiros. – continuou ele. Ele sorriu quando viu a expressão de choque em meu rosto. –Você tem que falar com os anciões da tribo, só eles vão poder lhe ajudar, nessa parte.
-Tem mais lobos em forks?-perguntei.
-Por em quanto só tem um. -ele suspirou. -Seu nome é Sam, tive a oportunidade de vê-lo quando cheguei.
-Ele não te atacou?-perguntei assustada.
-Bem, que vontade não faltou. Mas, há muito tempo atrás minha família fez um trato com o alfa da matilha naquela época. Nós não mataríamos ninguém e eles não declarariam guerra, assim poderíamos viver em paz.
-Eu sei dessa historia. Meu pai me contou há muito tempo. -o lembrei.
-Você não tinha pensado nisso perto de mim. -ele declarou.
-Bem, na próxima me pergunte, seria bem mais fácil do que esperar eu pensar. -reclamei.
-Bom, agora eu já sei. -sussurrou ele se abrocimando

-Andie, onde você está?-perguntou uma voz grossa que eu reconhecia perfeitamente.
Já fazia anos que eu não escutava a voz grossa de meu amado avô. Ele morava no Texas, então eu nunca o via.
-Estou em Forks. -respondi simplesmente. - Quanto tempo eu não falo com o senhor, senti a sua falta.
-Eu também senti a sua falta, querida. -ouve uma pausa. –Estou aqui em La push, será que eu posso te ver, agora? Estou morrendo se saudades suas.
-Claro vovô. -olhei para Edward que estava prestando muita atenção. “Você se importaria?”-perguntei mentalmente. Em resposta Edward abriu aquele sorriso torto, e por alguns instantes me esqueci de como respirar. -O senhor esta na casa do tio Harry?
-Não, estou na casa do seu pai. -ele suspirou. -Você sabe como ele é insistente.
-Sei. -gargalhei imaginando a cena. Meu pai puxando meu velho avô pelo braço. – Que pena que perdi. - murmurei para mim, mesma. -Estou a caminho.
-Não precisa se apressar, querida. -teve uma pausa, novamente. -Mas, é claro que eu gostaria de ver a minha preciosa netinha, agora.
-Estou indo. -sorri. -Tchau.
-Tchau. -respondeu vovô, antes de desligar.
Coloquei meu celular no bolso de trás da minha calça. Edward estava  sorrindo alegremente, eu não sabia idéia do motivo.
-Você parece gostar muito de seu avô. -ele passou sua mão pelo meu rosto, o acariciando.
-Sim. -sorri. -Ele é único.
-Posso te levar em casa?-perguntou ele, sorrindo.
-Claro que pode. -derepente, eu senti uma vontade louca de abraçá-lo, era como se a separação estivesse próxima. No fundo eu morria de medo de perdê-lo.  Era como se eu já tivesse passado muito tempo sem ele, como se eu não o tivesse por muito tempo.
-Nunca vou deixá-la. -ele me abraço, atendendo meu desejo.
Nos seus braços eu me sentia segura, como se nada mais me machucaria. Como se eu posse invencível. Respirei seu perfume doce, como se eu  pudesse prendê-lo em meus pulmões. Eu não queria ir, não queria deixá-lo, nem agora e nem nunca.
Sai de seus braços relutando.
A viagem passou rapidamente, e logo eu já estava na frente da casa de minha mãe.
Edward se virou e me fitou por alguns minutos, como se a separação também posso insuportável para ele.
-Eu te amo. - disse ele, vindo me beijar.
-Eu também, te amo. -sussurrei entre seus beijos.
Então ele saiu do carro e se foi, rápido demais.
Passei para o banco do motorista desajeitadamente. Dirigi sem tirá-lo dos meus pensamentos, seu rosto de anjo invadia minha mente, deixando o meu coração mais calmo.
Cheguei à pequena casa de meu pai, depois de alguns minutos. Meu velho pai estava largado no sofá assistindo um jogo de futebol americano, distraidamente. Senti um cheiro muito bom vindo da cozinha, só podia ser meu avô. Aposto que meu pai o vez fazer uma torta, nada bobo! As tortas do vovô eram as melhores.
-Oi, pai. -disse me sentando ao seu lado e dando-lhe um beijo no rosto.
-A nossa menininha chegou!-disse meu avô, entrando na sala.
Levantei-me num salto, indo abraçá-lo. Eu tinha passado anos sem vê-lo, o que me fez sofrer muito. A relação entre agente era maravilhosa.
-Vocês ainda me chamam assim?-perguntei, fazendo uma careta.
-Você sempre será a nossa menininha, não é Ben? – vovô olhou  para meu pai esperando a resposta, mais meu pai estava tão distraído que nem percebeu. – O perdemos para o jogo. -murmurou fazendo uma cara de falsa chateação.
-Sim, o perdemos. -entrei na brincadeira.
-Podemos conversar lá na cozinha, enquanto eu termino te fazer à torta?-perguntou vovô, ficando sério derepente.
-Claro. –disse, o seguindo até a cozinha.
Sentei-me na bancada  observando meu avô. Ele não tinha mudado muito. Na verdade a única coisa que tinha realmente mudado era o seu cabelo, que agora estava totalmente branco – diferente da ultima vez.
Vovô tirou à torta do forno e a colocou na pia esperando ela esfriar.
-Você ainda gosta de comê-la quente? –perguntou ele, apontando para a torta.
-Tem coisas que nunca mudam. -murmurei para mim mesma.
Vovô colocou um pedaço enorme em um prato e colocou em minha frente, sorrindo quando viu a minha empolgação.
Tratei de comer a torta em silêncio e meu avô só ficou observando sorridente.
Terminei de comer a torta depois de alguns minutos, e meu avô pegou mais um pedaço para mim.
Se meu pai lerdeasse acabaria ficando sem nenhum pedaço!
-Querida, eu vim aqui, especificamente, para falar com você. -vovô disse depois que terminei de comer o segundo pedaço.
-Comigo?-perguntei.
-Sim, com você. -ele ficou serio, novamente. -Você esta mudando e precisa da minha ajuda.
-O que o senhor quer dizer com mudando?- olhei no fundo dos olhos verdes de vovô.
-Acho que você sabe perfeitamente o que estou querendo dizer. -ele disse apenas, esperando a minha reação.
Claro que eu sabia! Meu avô sempre teve um sexto sentido em relação a mim.
Lembro-me que quando eu estava com problemas ele sempre sabia, e ele dizia que era porque tinha um dom, um dom que eu nunca desacreditei.
-Você esta se tornado uma loba. - meu avô não gostava de rodeios, então sempre ia direto ao assunto. -E também sei que você teve um imprinting, com um vampiro.
-Vovô, como você sabe dessas coisas? Quero dizer, você estava longe, e ninguém sabe disso.
-Eu sonhei com você nas ultimas noites. -ele pegou minha mão. -Sonhei com o seu impriting. Eu sempre soube que seria com um vampiro.
-O senhor esta com raiva de mim? Afinal, eles são nossos inimigos naturais.
-Claro que não estou. -vi a magoa nos olhos de meu querido avô. - As coisa não são mais como eram antes. Os vampiros não são mais nossos inimigos, pelo menos, os que não bebem sangue  humano. - ele sorriu me reconfortando. - Eu queria lhe explicar direito o  que é o imprinting. -ele se sentou no banco ao meu lado. -Diferente do que as pessoas pensam o imprinting não é uma mandinga ou algo do tipo. Na verdade o imprinting acontece com todas as pessoas, mas, claro, o imprinting que acontece com os lobos são mais fáceis de perceber.
-Então, isso não é uma coisa que só os lobos têm?-perguntei.
-Não, queria. -ele ficou pensativo, como se estivesse escolhendo as palavras certas para me explicar, melhor. -O imprinting é o reencontro de duas almas que se amam, e que já se amaram, muito. Os humanos chamam de amor à primeira vista. - ele ficou em silêncio, novamente. – O amor é tão forte que ultrapassou a morte, e continua ultrapassando.
-Então, eu já conheci Edward em outra vida?
-Sim, você o conheceu em outras vidas. -ele sorriu. - Muitas pessoas não acreditam nisso, mais, eu sei,que existe reencarnação. Eu tive sorte de lembrar das minhas vidas, anteriores.
-Então, o imprinting é como se fosse alma gemia?
- Sim, exatamente. -ele olhou para a pequena janela a nossa frente. – Então quando a alma reconhece a outra acontece o imprinting. Esse sentimento te acompanhou por muito tempo, só que estava muito bem escondido, esperando Edward aparecer.
-Mas, antes de eu sentir isso, eu era completamente apaixonada pelo Jacob. Eu não tinha que sentir isso só pelo Edward, tipo, só uma vez na vida?
-O que você sentia pelo Jacob era outro sentimento. O sentimento era tão forte que fez você pensar que era um amor que apenas um homem sente pela mulher, e visse versa. Você pensou que era um amor para casar, ter filhos, etc.
-Então o que eu senti por ele era mentira?
-Não, não era. -ele colocou sua mão em meu rosto - Você e Jacob têm uma ligação muito forte, mais não como esse tipo de amor. Essa ligação é com um amor de irmão, amigo. E essa ligação é tão forte que confundiu você. -ele olhou para os passarinhos que pousaram na janela o fazendo rir.- Você e Edward já lutaram muito por esse amor, e continuaram.Lutaram tanto que acabaram perdendo a vida.
-Tipo, Romeu e Julieta?-perguntei.
-Nem Romeu e Julieta lutaram tanto. - o choque passou  pelo meu rosto, fazendo meu avô rir. –Eu vou te contar uma historia.
Yonah foi à primeira loba da espécie e também foi à única alfa mulher. Ela dava a sua vida pela tribo, pela matilha. A sua vida era nos defender.
Mas um dia aquilo mudou completamente. O dia que ela encontrou o seu verdadeiro amor.
Ele estava na beira do penhasco, ele estava tentando acabar com a sua existência. Quando Yonah percebeu o que ele era, paralisou automaticamente.
Mas algo nele era diferente, seu cheiro não era como o cheiro de um vampiro qualquer.
Seu cheiro era o perfume mais delicioso que ela já havia sentido, e aquele perfume doce não fazia seu nariz arder.
Então o vampiro percebeu sua presença e se virou para fita-la, e quando seus olhos se encontraram algo surreal aconteceu.
Ela nunca tinha sentido algo tão forte tomando seu coração, e o vampiro sentiu o mesmo.
Ele não tinha mais desejo de arrancar sua vida, naquele momento ele tinha um motivo para lutar, para continuar vivo, se é que estava vivo.
Os dois ficaram muito próximos e quando finalmente Yonah decidiu contar para sua família era tarde demais.
Os lobos encontraram Heath em uma caverna escondido, a primeira reação dos lobos foi de completamente medo, mais então eles decidiram acabar com a vida do vampiro, claro, depois de  se encherem de coragem. O motivo desse medo era porque o tal vampiro tinha seus olhos dourados, e eles nunca tinha visto algo assim antes.
Mas eles não sabiam que o vampiro tinha olhos assim por causa da sua escolha de vida. Heath tinha decidido não matar ninguém, ele tinha medo, pavor, de um dia matar a linda Yonah, tinha pavor de ser um mostro.
Quando os lobos iriam dar o golpe final Yonah chegou a caverna para ver seu amado.
Heath viu o pavor nos olhos cor de mel de Yonah. Ela estava cheia de medo, cheia de raiva, por a matilha estava tirando a vida de Heath.
A matilha que ela deu a vida para salvar, agora estava a matando, aos poucos;
Pela primeira vez na vida atacou seus irmãos, ela não podia deixá-lo morrer.
Ela lutou com todas as suas forças, mais a matilha estava forte demais, e eles acabaram perdendo a luta.
Os dois lutaram até o ultimo momento pelo amor deles.
Yonah estava muito ferida, mas, mesmo assim, continuou lutando pelo seu amor, lutando pela razão da sua existência.
Os lobos os colocaram  no meio do povoado, ainda vivos. Todas as pessoas da tribo gritavam que a Yonah era uma traidora, que merecia morrer queimada.
Mais, em momento algum Yonah tinha os traído. Ela amava aquela tribo, mais não podia viver sem o seu amor, não podia deixá-los o matarem sem ao menos tentar o defender.
Eles colocaram fogo nela ainda viva. Ela gritava de dor e eles não faziam nada.
Heath viu sua amava morrer aos poucos, sem ao menos poder fazer nada, sem poder defendê-la.
A ultima coisa que ela gritou era que o amava, e que nunca o deixaria, que nunca o esqueceria.
Heath ainda estava vivo mais só por fora. Por dentro ele já havia morrido com Yonah.
Ele gritou que o matassem, mais a matilha resolveu  o deixarem vivo, porque a morte era tudo o que ele queria, tudo o que ele precisava.
Eles deixaram que Heath partisse, mais oque eles não sabiam era que ele voltaria e se vingaria.
Heath não deixou ninguém vivo, nem mesmo os lobos. Na raiva ele tinha encontrado forças suficientes para acabar com todos.
As únicas pessoas que ele deixou vivo foram às crianças e as mulheres grávidas, porque as crianças não tinham culpa pelos erros dos pais.
Mesmo ele matando os culpados pela morte de Yonah, a dor dele não tinha diminuído, porque ele sabia que ela nunca voltaria.
Então um dia ele encontrou um vampiro nas montanhas e o pediu que o matassem.
O vampiro viu a dor nos olhos de Heath, e aquilo foi oque o deu coragem.
Dizem que um dia Yonah e Heath  vão estar juntos novamente, e que vão ser felizes.
Porque Yonah esta em algum lugar esperando seu único amor, e o vampiro Heath  faz o mesmo.
O amor deles foi tão forte que ultrapassou  morte, ultrapassou reencarnações.
E quando eles estiverem juntos novamente, se reconheceram, por que são uma alma só dividida em duas.”

Aquela historia me trazia um sentimento de dor e agonia, como se eu entendesse perfeitamente o que Yonah havia sentido.
As lágrimas invadiram meus olhos caindo ferozmente sobre meu rosto. Eu estava sentindo uma dor tão grande, uma dor muito mais forte que tudo que já senti, antes.
O sentimento de perda não me deixava.
Meu avô continuou me encarando como se já soubesse que aquilo iria acontecer.
-Vovô, eu não sei o que acontece. -murmurei, tentando explicar o motivo do meu choro.
-Mas, eu sei. -ele me abraçou. -Sua alma reconheceu o passado. E isso faz a dor voltar novamente.
-Mas, eu não entendo. Reconheceu oque?-falei confusa.
-Você reconheceu o que aconteceu com você há muito tempo atrás. Você é Yonah e Edward é Heath. -ele me apertou entre seus braços, como se tentasse que a dor me abandonasse, mais a dor era forte demais. -Desculpe por fazer isso com você. Sei que é muito doloroso lembra de vidas passada, ainda mais uma que foi cheia de sofrimento. Mas eu precisava que você entendesse e assim era a única forma. - vovô colocou sua mão em meu queixo, me obrigando a fita-lo. –Agora você entende? Seu amor pelo Edward era forte demais para morrer, forte demais para esquecer. A sua alma procurava por ele, ela só descasaria se o encontrasse, e o mesmo aconteceu com ele. A parte Yonah dentro de você nunca descansaria, e agora, finalmente, ela o encontrou.
-Então, porque eu não o reconheci quando o vi pela primeira vez?
-Porque você estava sofrendo por outro, você estava confusa em meios os seus sentimentos, e na verdade toda aquela dor que você sentiu em relação a Jacob nunca foi por ele de verdade. A sua alma estava  enganada, ela estava achando que Jacob era o Heath, mas mesmo depois de beijá-lo pela primeira vez  a parte de Yonah em você pensou que tinha encontrado seu amor. Então precisou que Edward se declarasse, porque a alma dele sim te reconheceu imediatamente, então todo o amor que você sentiu, e sente, por ele finalmente apareceu, porque sempre foi ele, e sempre será, o único amor da sua vida.

-Eu estou confusa. -sussurrei soluçando. -E como o senhor sabe tanto sobre isso? Como o senhor sabe até mais que eu mesma, sobre meus sentimentos?
-Por causa do meu dom, como eu já tinha dito. -ele riu. -Porque eu estava lá, eu vi a dor nos olhos de Heath, eu era o vampiro que tirou a vida dele por piedade.
-Então, o senhor sempre soube que eu estava à procura dele?
-Sim, eu sempre soube. -ele continuou rindo. -Como eu já te disse, eu lembro de todas as minhas vidas passadas, e reconheço as pessoas, que faziam parte delas. Quando eu era um vampiro eu já tinha esse dom. Eu sempre soube que minha linda netinha era Yonah, e eu sempre estava aqui tentando lhe ajudar a encontra o seu amor.
-Obrigada...
-Mas eu tentei tanto que acabei não fazendo nada. Foi o destino que uniu vocês novamente, eu só fiquei com a explicação. –ele ficou serio. -Não mudara nada, eu ainda continuo sendo seu velho avô de sempre, um avô que sabe muitas coisas.
-Não, não mudara vovô. -afirmei.

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