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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O outro lado - capitulo 07

Capitulo 07: Memórias do passado

O dia passou rapidamente e eu só fui perceber realmente que horas eram quando meu pai desligou a TV.
Aquela historia de vidas passadas não me importava, ou era isso que queria pensar. Mas a única coisa que eu realmente sabia era que eu amava Edward mais que a minha própria vida e não influenciaria em nada toda aquela historia.
No fundo eu tinha um medo, um medo que me fazia tremer por dentro só de pensar. Eu não queria que a minha pequena história com Edward terminasse como havia terminado a  trágica história de Yonah e Heath.
Se eu posse ela ou não, isso não importava agora. Eu lutaria com todas as minhas forças para não deixar esse amor que fazia meu coração parecer pequeno morrer
Uma coisa eu tinha aprendido em relação aquela historia toda, não deixaria ninguém me afastar do meu amor, nem mesmo os lobos que ainda não faziam parte da minha vida.
Por alguma razão, razão pela qual eu estava confusa, eu já amava a matilha, mesmo não sendo parte dela realmente. Mas eu não escolheria as escolhas erradas novamente. Não os deixariam me afastar do meu único e verdadeiro amor.
Ali naquela sala escura, eu pude perceber o que era realmente importante para mim. Eu sempre amaria Edward, aquilo era a única coisa que eu realmente tinha certeza, e sem ele a minha vida não tinha nenhum sentido. Ele era a razão da minha vida, a razão pela qual eu estava viva, ainda estava respirando.
Sempre me senti deslocada e sem sentido algum e agora aquilo tinha mudado rapidamente.
-O que esta fazendo ai? –perguntou uma voz rouca vindo do pequeno corredor me fazendo pular de susto.
Olhei ao redor e meu avô estava parado na porta com um sorriso enorme, era como se ele tivesse estado ali há anos e só eu que não tinha percebido.
-Estava pensando. -sussurrei sem jeito, envergonhada. Às vezes parecia que vovô lia meus pensamentos e isso me causava uma enorme vergonha.
-Eu posso saber sobre o que?-ele disse se sentando ao meu lado no pequeno sofá.
Eu estava escolhendo as palavras lentamente, sem ter resultado. Falar sobre aquele historia me dava muita vergonha, não por mim, claro, mas por um único motivo, eu não tinha completamente certeza se eu era Yonah. Era como se eu estivesse falando dela pelas costas e isso era uma coisa horrível.
- Não precisa falar. -ele colocou sua mão em meu cabelo me fazendo sentir como uma menina de seis anos, novamente. -Eu vou à casa do Harry, você quer vim comigo?
Seria ótimo ver meu tio novamente, afinal, já faziam meses que eu não o via, nem mesmo a meu primo que parecia ser o meu irmão mais novo.
-Claro. -me levantei do sofá num pulo. Eu estava com saudades de verdade de meu tio Harry, ele sempre foi muito bom para mim e meu irmão, quando agente ficou  alguns meses na casa dele quando meus pais se separaram. Sempre tive muita dificuldade de aceitar o segundo casamento de minha mãe. Ted era legal, mais não era o meu pai. Mas o real motivo de eu não gostar de Ted era por que o casamento tinha sido muito de presa. Minha mãe só tinha um mês de solteira. E ela não conhecia o seu novo namorado o bastante!
-O que exatamente vai ter lá?-perguntei saindo para a noite com meu avô ao meu alcanço.
-Uma reunião familiar. -disse ele pensativo.
-Então por que meu pai não vem?-perguntei interessada.
-Não é exatamente uma reunião familiar desse jeito. Vai ser alguns amigos, mais nada demais.
-Ah. -desse somente em quando andávamos pela reserva.

A casa do meu tio era uma das maiores casas de La Push. Toda branca com portas e janelas largas. Tinha três andares e parecia mais ser uma pensão antiga. Mas tinha sido mesmo, antes de meu avô a dar de presente para seu filho mais velho de presente de casamento.
-Que bom que você venho, querida! -disse minha tia Sue aparecendo na porta. Ela era uma das pessoas especiais na minha vida. Na verdade ela era como se fosse uma mãe para mim. Meu relacionamento com a minha mãe não era o melhor de todos, ela parecia ser mais uma tia do que uma mãe.Minha doce tia me deu um abraço materno cheio de amor e carinho. Como eu havia sentido falta dela!-Eu estava morrendo de saudades, mas, parece que você se esqueceu que tem tia. -ela parecia triste ao dizer aquelas palavras acusadoras, eu sabia que aquelas palavras eram totalmente verdadeiras. E aquilo me causou uma coisa estrondosa
-Prometo visitá-la mais vezes. -falei a abraçando mais forte sem jeito. Aquele relacionamento não era muito comum para mim.
-Vamos entrar. -ela puxou minha mão. Como era comum que as pessoas faziam isso comigo. E aquele simples gesto me fazia sentir-me como uma criança. Mais eu não me importava de me sentir como uma criança. Porque eu só me sentia assim quando estava realmente feliz.
Sempre tentei esquecer a minha infância e lembra só dos momentos felizes. Mas às vezes parecia ser uma missão impossível.
Balancei  minha cabeça para esquecer as lembranças  más, mais não havia dado certo.
As imagens da minha infância passaram-se pela minha cabeça como se fossem fleches me fazendo ficar tonta.
As imagens de minha mãe traindo meu pai bem em nossa frente. As memórias eram uma tortura para mim. Sempre tentei esquecer as coisas ruins e lembrar as boas.

Eu era muito pequena mais as lembranças eram muito nítidas. Depois de algumas horas venho à fome e começou a chover e a única coisa que eu e meu irmão tínhamos era um ao outro.

Aquele rosto tinha me afastado do mundo por anos me deixando traumatizada, me fazendo ter pesadelos por anos, me fazendo acordar gritando.
Eu tinha finalmente conseguido apagar aquelas memórias e esquecido delas por anos, mas parecia que elas sempre voltavam para me assombrar.
O monstro quase conseguir-me  violentar se não fosse pelo meu avô que chegou na mesma hora nos tirando da escuridão, do medo.
Mas não havia adiantado muito porque parecia que tudo estava acontecendo novamente. A raiva, o medo, o desespero, estavam de novo em mim, me torturando.
Apesar de tudo eu tinha perdoado minha mãe, diferente de meu irmão que sempre teve magoa e ressentimento.
-Você esta bem, querida?-perguntou Sue se virando e encarando meus olhos cheios de lágrimas.
-Estou... -desabei sem querer, o silencio invadiu o meu mundo, um silencio mortal.
Encontrei uma força que eu não sabia que eu tinha no exato momento que o rosto de Edward apareceu em minha mente. Ele era a luz que me iluminava o meu mundo, o anjo que me tirava da escuridão dando lugar à paz.
A paz era um sentimento que preenchia todos os espaços dentro do meu ser ,deixado pela dor. Não havia mais dor, nem desespero. Só havia a paz e o amor insano, incondicional  que eu sentia pelo meu anjo que se chamava Edward Cullen. Ele era o sol que iluminava a minha vida.
Acompanhei minha doce e amada tia até a cozinha e fiquei a ajudando nos preparativos do jantar.
Depois de alguns minutos já estava tudo pronto, tudo no seu devido lugar. Ela não precisava mais da minha ajuda então eu fiquei procurando meu primo pela casa, sem encontrá-lo. Me sentei no sofá perto do meu tio e ele começou a falar sem freio, mais sinceramente eu não estava escutando nada de verdade. Eu só estava prestando atenção na paz que emanava dentro de  mim.
Escutei um barulho estrondoso na escala da estrada da casa, era como se estivesse tendo um terremoto, como se La Push estivesse desmoronando. Mas eu sabia perfeitamente que não era nenhum terremoto, mas sim Seth que estava entrando no casa, usando mais força do que o necessário para andar, ele sempre fazia a mesma coisa. -suspirei.
Depois de alguns segundos  Seth apareceu na porta com um sorriso de orelha a orelha quando me viu sentada no seu lugar de costume no enorme sofá.
Ele estava quase maior até que Sam, e aquilo me assustou. Afinal, ele só tinha quinze anos. Eu sabia perfeitamente o motivo de meu primo estar tão grande, ele já havia entrado para a alcateia.
-Resolveu rever a família. -murmurou ele para mim quando se sentou ao meu lado no sofá se esparramando sem jeito, como ele fazia dês que éramos crianças.
Os olhos de Seth se fecharam deixando a mostra que estava muito casado. Depois de alguns instantes ele já estava roncando alto, parecendo que a casa iria desmoronar.
Comecei a fazer carinho em seu cabelo sedoso. Ele era o meu priminho querido, eu não podia deixar Sam fazer isso com ele. Ele tinha uma vida à frente para viver, sem intervenções.
Todos os meus medos se realizaram, Seth estaria preso ao bando para sempre, ou melhor, até que ele encontrasse o seu imprinting.
O imprinting era o único modo de alguém se ver livre da matilha, mais para alguns isso demorava muito, até mesmo séculos.
Eu tinha que fazer algo para deixar Seth livre, com as opções de vida que todos tinham, menos os lobos.
Escutei um barulho horrível, dez vezes pior que o barulho dos pés de Seth. Observei atentamente, sem desgrudar os meus olhos da porta de madeira. Depois de alguns segundo vários meninos da reserva apareceram, um atrás do outro.
Reconheci todos os rostos, Quil, Paul, Embry, Jared, quando meus olhos encontram os olhos negros do quinto na fila meu rosto esquentou. Eu não imaginava que ele poderia estar ainda em La Push, para mim ele tinha ido embora com a família de Bella.
Os olhos de Jacob me encaravam e parecia que meu rosto pegaria fogo pelo seu olhar penetrante. Desviei meus olhos rapidamente sem ligar para o que ele pensaria. Não queria magoá-lo, mais também não podia deixá-lo pensar que eu ainda o amava.
Seria difícil dizer que não o amava mais, mais seria a pura verdade.
-Andie!-Paul venho me abraçar e acabou  acordando Seth. Os olhos chocolate de Seth estavam ainda confusos, mais depois de alguns segundos já estavam normais. - Desculpa, cara. -disse Paul passando a mão pelo cabelo sem jeito me fazendo rir. Os outros garotos também começaram a gargalhar e aquilo durou por alguns minutos.
Os garotos aos poucos foram se espalhando no enorme sofá e parecia não ter mais fim no assunto. Todas tiravam com a cara de Paul e parecia que ele não estava gostando nada, ai era a hora que eu entrava na conversa para defendê-lo. O que fazia os meninos rirem mais ainda porque Paul estava sendo defendido por uma garota. O que me  irritou um pouco.
- O que tem de errado uma garota defender um garoto?-perguntei carrancuda.
-Bom, isso mostra que ele não pode se defender e precisa de uma garota frágil  para defendê-lo.-respondeu Quil ainda brincando.
-Sou mais forte que você... -murmurei.
-Vai nessa, gata.-disse Quil ainda rindo.
Os outros garotos riram quando eu fiz uma careta sem jeito.
Escutei um barulho novamente me fazendo olhar para a porta automaticamente e parecia que os garotos também tinham escutado porque eles também olharam para a porta de madeira.
Leah passou entre nós chorando e subiu a escada rapidamente quase caindo algumas vezes. Me levantei e andei rapidamente indo atrás dela, mais quando eu ia começar a subir as escada uma mão segurou meu braço me impedindo de prosseguir. Olhei para cima e Sam estava me encarando serio, a raiva fez meu corpo começar a vibrar ferozmente.
-Me solte.-ordenei. Mais Sam não se mexeu nenhum centímetro. -Me solte, agora.-as palavras saíram como se fossem palavrões e eu não me importei.
-Sam.-disse Jacob colocado uma mão no ombro de Sam para impedi-lo de me machucar.
As coisas começaram a se encaixarem como se fossem quebra cabeças.
-O que você fez com ela?-perguntei tentando tiram meu braço de suas mão firme. - Eu perguntei "o que você fez com ela" ?-gritei.
-É melhor você não fazer isso. -disse Embry colocando sua mão febria em meu ombro.
-Por quê?-perguntei olhando para o rosto de Embry que estava com uma expressão preocupada. -Por que ele é o mestre?-perguntei como se fosse à coisa mais normal do mundo.-Ele não é meu mestre!-o rosto de Embry se enrijeceu mudando seus olhos para o rosto serio de Sam. Eu não me importava se Sam posse o alfa, se ele havia machucado a minha prima se veria comigo! Voltei meus olhos para o rosto de Sam que agora estava sem expressão alguma, parecia que ele estava distante, longe da órbita da Terra. -Escute bem Senhor alfa, eu não me importo se você manda neles. -olhei para os meninos que estava em silêncio. -Eu não faço parte da sua matilha e nunca farei. Por tanto, você não manda em mim.
-Você não tem escolha. -sussurrou Sam, falando pela primeira vez.
-Tenho sim. -disse com firmeza  sem olhar para os seus olhos. –Dês que eu tenha um imprinting.
-O imprinting é muito difícil de acontecer. -ele disse ainda serio.
-Mas não impossível. -disse rindo com sarcasmo. -Você não é o meu mestre. -eu sinceramente não fazia idéia do que estava acontecendo comigo,eu só sabia , eu só sentia, o sentimento de ódio que era enorme em relação a Sam. E esse ódio era tão grande que quase empatava com o amor que eu sentia pelo Edward.
Olhei pela primeira vez nos olhos cor de mel de Sam e parecia que eu estava entrando deles, entrando em um mundo distante.

Eu não estava mais na casa de meu tio Harry, eu estava em uma floresta escura. Escutei um uivo ao longe me trazendo um sentimento de perda. Olhei para o céu, ele estava totalmente escuro, não havia nem lua e nem estrelas.
Eu não estava consciente do que estava fazendo. Mais  podia perceber que estava correndo porque minha respiração estava ofegante. As lágrimas rolavam pelo meu rosto sem freio, manchando o vestido rosa.
Parecia que cada vez que eu andava mais, tinha mais floresta a frente. Depois de alguns minutos eu já estava na frente de uma caverna enorme, fiquei paralisada por alguns instantes sem saber qual deveria ser a minha atitude. Senti um cheio amadeirado muito forte.
Então entrei correndo para dentro da enorme caverna. A caverna era muito escura e unida, mais mesmo assim, eu podia ver perfeitamente, era como estar na luz do dia, meus olhos não perdiam nada.
Ouve uma parte da caverna que pude ser um circulo de lobos em volta de algo. Os lobos em si eram enorme, até maiores que uma pessoa, e olha que eles estavam em quatro patas, imagina se estivessem em duas.
Meus olhos encontraram um par de olhos dourados sem vida, aquilo era pior que tudo. A raiva possuiu o meu corpo o fazendo tremer.
Heath estava no chão sem vida alguma. Os lobos olharam para mim, e então eu soube que a partir dali eles não eram mais a minha família, e nunca voltariam a ser.
O meu corpo explodiu e tudo ficou diferente. Se eu podia ver tudo antes agora eu podia ver mais ainda.
Tudo foi tão rápido, meus olhos estavam cansados, minha cabeça latejava.
Voltei para a minha forma humana sem vida, sem forças. Eu estava nua e sem vida.Tentei lutar para fazer meus olhos a ficarem abertos, mais meus esforços tinham sido em vão.
Afundei na escuridão, me desligando do mundo, do meu amor. Eu tinha lutava com todas as minhas forças, mais tinha sido tudo em vão.
Eu tinha que ter o defendido, mais havia falhado. Eu o amava tanto, não tinham palavras para descrever.
Era como se a vida dele fossem areias e agora ela estava escapando pelos meus dedos.
As vezes eu conseguia abrir meus olhos, mais eles se fecharam rápido demais. Eu não conseguia mais saber o que era real e o  que era a escuridão dentro de mim.
Não conseguia entender o que estava acontecendo na superfície. E a dor ainda estava lá me torturando.
A dor era extremamente forte.
Exatamente isso - eu estava desnorteada. Eu não podia entender, não podia fazer ideia do que estava acontecendo.
Meu corpo tentava rejeitar a dor, e eu era puxada continuamente para dentro de uma escuridão que cortava segundos ou até mesmo minutos inteiros da agonia, tornando muito mais difícil acompanhar a realidade.
A ilusão era negra, e não machucava muito. A realidade era vermelha, e me fazia sentir como se estivesse sendo serrada ao meio.
 Realidade era sentir o meu corpo curvado, quando eu não podia ao menos me mexer por culpa da dor.
Realidade era saber que havia algo muito mais importante do que toda aquela tortura, e não ser capaz de se lembrar o que era.
E depois, mesmo ainda não podendo ver, de repente eu podia sentir algo. Desconfortavelmente agora. Muito quente. Muito, muito mais quente.
Tentei abrir meus olhos e pela primeira vez eu finalmente consegui. Eu estava em uma praça e havia muitas pessoas gritando coisas que eu não podia entender.
Procurei pelos olhos que eram a razão da minha vida, da minha existência.
Eles estavam longe. Mais longe do que eu podia ter imaginado.
Ele estava gritando, tentei entender o que ele dizia mais não tive sucesso. Havia uma luz muito forte perto de mim, e foi ai que percebi o que era. Era fogo.
O fogo esta subindo pelas minhas roupas, mais eu não estava com medo. Por que eu sabia que Heath estava comigo. Olhei novamente para Heath e foi ai que pude perceber os seus olhos cheios de dor e agonia. Eu não queria que ele sentisse dor, então prometia a mim mesma não gritar,não fazer ele sofrer.
O fogo ficou mais quente e eu queria gritar. Implorar para alguém  me matar agora, antes que eu vivesse mais um momento com essa dor. Mas eu não podia mover meus lábios.
Eu percebi que não era a escuridão me segurando; era o meu corpo. Mantendo-me nas chamas que estavam mastigando o seu caminho espalhando uma dor inacreditável em meus ombros e estômago, subindo queimando pela minha garganta, surrando o meu rosto.
Tudo que eu queria era morrer. Nunca ter nascido. O conjunto da minha existência não valia essa dor. Não valia passar por isso para mais uma batida de coração.
-Deixe-me morrer, deixe-me morrer, deixe-me morrer. –gritei, quebrando a promessa.
E, por um tempo sem fim, isso era tudo. Somente a tortura inflamável, e meus gritos inaudíveis, implorando para a morte vir. Nada mais, nem mesmo tempo. Então isso foi infinito, sem começo nem fim. Um momento infinito de dor.
A única mudança veio quando, de repente, impossivelmente, minha dor dobrou. Poderiam ter sido segundos ou dias, semanas ou anos, mas, eventualmente, o tempo veio a significar algo novamente.
Apesar do fogo não ter diminuído nenhum grau - na verdade, eu comecei a desenvolver uma nova capacidade para experimentar isso, uma nova sensibilidade para apreciar, separadamente, - eu descobri que conseguia pensar através disso.
Eu conseguia lembrar o porquê que eu não deveria gritar. Eu conseguia lembrar a razão pela qual eu agüentei essa agonia insuportável. Eu conseguia lembrar que, apesar de parecer impossível agora, havia algo pelo qual talvez valesse a pena essa tortura.
Para mim, enquanto eu lutava para manter os gritos e a dor trancados dentro do meu corpo, onde eles não pudessem machucar mais ninguém, era como se eu tivesse passado de ser amarrada a uma estaca enquanto queimava, a me agarrar aquela estaca para me manter no fogo.
Juntei todas as forças que ainda tinham em meu corpo e abri os olhos. Heath ainda estava gritando e naquele momento pude perceber a realidade, eu estava morrendo, eu não ficaria com o amor da minha vida, da minha existência.
A vida estava saindo do meu corpo, me deixando em pó. Aos poucos o meu corpo estava desaparecendo se tornando nada.
-Eu nunca vou te esquecer, meu amor! -gritei olhando diretamente para ele. -Nunca o deixarei!
Tinha usado todas as minha ultimas forças para me despedir, mas, mesmo assim, não tinha sido o suficiente.
Olhei para baixo e encontrei um par de olhos cor de mel me encarando. Ele percebeu o meu olhar.
-Porque nós traiu, Yonah?-perguntou ele.
Voltei meus olhos para os olhos dourados que me fazia sentir um pouco melhor.

A ultima coisa que vi foi o rosto de anjo do meu amado Heath.


A realidade voltou rapidamente. Eu ainda estava encarando os olhos sérios de Sam, mais então eu reconheci aqueles olhos, eram os olhos do homem que me viu queimar e não fez nada.
Agora eu entendi aquela raiva toda, era um ódio de outra vida.
Eu agora tinha certeza que tinha sido em outra vida Yonah.
Tinha sido tudo tão real, era como se eu realmente estivesse pego fogo.
-Andie, o que foi?-perguntou Jacob, olhando para mim.
-Não foi nada. -respondi. Olhei para Sam, eu não estava com forças para lutar agora. -Me solte, por favor. -disse calmamente, ignorando a vontade louca de lhe dar um soco.
Sam pensou por alguns segundo e depois me soltou.
Sai da casa sem falar com ninguém, a única coisa que eu queria era ir para casa.

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