Pages

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O outro lado - capitulo 08

Capitulo 08: Tragédia

Fiquei alguns minutos revirando a minha bolsa de escola que estava em meus ombros à procura da minha chave.
Meu corpo estava todo dolorido, como se eu tivesse sido atropelado por um caminhão. Eu quase podia sentir o fogo novamente. Queimando-me aos poucos, me torturando, me transformando em simplesmente, completamente, em nada. Afinal, era isso que eu era, seria, se eu ficasse sem o meu anjo. Sem o seu amor eu estaria completamente perdida. Seria como se eu fosse um trem sem trilhos, sem destino.
Quando encontrei a chave e iria abrir a porta escutei um grito horrível vindo do andar de cima. Entrei na casa rapidamente e coloquei minha bolsa na sala e fui ao encontro de onde tinha vindo o misterioso grito de dor e  agonia.
Fiquei alguns minutos parada na frente da porta do banheiro da minha mãe, tentando não fazer barulho, tentando prestar atenção em qualquer ruído, qualquer barulhinho que vinha do banheiro.
Mais tudo estava completamente silencioso, era como se não tivesse ninguém na casa. Como se aquele grito tinha sido fruto da minha imaginação fértil.
Mas, eu tinha completamente certeza que tinha escutado. Eu não havia ficado louca, ainda não.
Tentei abrir a porta, mas estava trancada por dentro. Forcei a porta a abrir, mas não consegui.
Aquele silencio mortal estava me matando, me fazendo sentir um medo assombroso, como eu nunca havia sentido antes.
O medo estava me fazendo sentir um vazio dentro do meu coração, um vazio que eu não sabia qual era o motivo de estar sentido.
Tinha certeza que tinha escutado a minha mãe gritar. Ela podia estar ferida gravemente e eu tinha que fazer alguma coisa.
Fechei meus olhos e respirei profundamente algumas vezes. Tentei novamente forçar a maçaneta a abrir, mais eu não era forte o suficiente.
Afinal, eu ainda era humana e não tinha ganhado ainda  a super-força, ainda não.
Tentei pensar eu um bom plano para poder entrar no banheiro. E todas as minhas alternativas me levavam a uma só opção.
Lembrei que a janela  do meu quarto era a mais próxima da janela do pequeno banheiro de minha mãe. Eu poderia tentar entrar por lá.
Entrei no meu quanto indo diretamente na direção da pequena janela. Destranquei as fechaduras e empurrei a janela para cima.
Coloquei a minha cabeça para fora da janela olhando na direção da outra janela. Respirei fundo e olhei para baixo tentando imaginar como seria estará ali desprotegida.
Eu realmente nunca havia tido medo de altura, mas poder ver todos os detalhes tão claramente fizeram a idéia de escalar até a outra janela menos atraente. Os ângulos das rochas em baixo eram mais agudos do que eu os teria imaginado.
Virei-me  para a direção da porta e coloquei meu corpo totalmente para fora, ficando somente as minhas pernas para dentro do quarto.
Eu nunca em minha vida tinha feito algo assim. Mas tudo tinha uma primeira vez e essa seria a minha.
Levantei a minha mão esquerda na direção da outra janela tentando encontra algo para me apoiar mais estava longe demais.
Com um movimento automático me coloquei de pé na janela. Nem eu mesma consegui entender como eu tinha conseguido ficar naquela maneira. Tive uma certeza, todos os meus sentidos estavam mais aguçados, mas não completamente.
Tirei a minha mão esquerda novamente e a ergui na direção da janela. Naquela hora perdi o equilíbrio e quase cai para trás.
Eu não havia caído, mais havia machucado o meu braço. Da altura do pulso a altura do meu ombro estava completamente machucada do meu braço esquerdo.
Eu realmente deveria estar querendo me matar!
Coloquei minhas pernas novamente dentro do quarto e depois coloquei o resto do meu corpo.
Eu tinha que pensar em outra coisa se não acabaria me matando e não conseguiria entrar naquele banheiro.
Ignorei a ardência que emanava do meu braço e coloquei minha cabeça para funcionar.
Todas as minhas tentativas de um plano, todas as minhas alternativas me levavam a uma única opção.
Eu não tinha super-força, mais conhecia alguém que tinha. Peguei o meu celular no bolso de trás da minha calça jeans.
Revirei a lista de chamadas atendidas a procura de um único número que eu não tinha imaginado que ligaria tão rapidamente.
Chamou duas vezes antes de eu poder escutar a voz doce e linda do meu anjo.
-Andie?-perguntou Edward.
Eu realmente estava muito envergonhada de estar ligando para ele, mas, eu estava desesperada e ele era a única maneira da salvar a minha mãe.
-Sim, sou eu, Edward. -fechei meus olhos tentando arrumar alguma coragem, e vi que a única maneira era dizer de uma vez só. -Edward, eu preciso muito da sua ajuda. -esperei a reação dele, mas a outra linha estava muito silenciosa e tive medo de ele ter desligado na minha cara, apesar de ter completamente certeza que ele nunca faria uma coisa dessas. -Edward, você ainda esta ai?
-Claro, meu amor. -disse ele rapidamente. -Desculpe por ficar em silencio é que estava pegando o carro. Não se preocupe já estou a caminho. -disse ele com a voz mais doce ainda - o que eu pensei  não seria possível. - Já estou indo, meu amor. - ele desligou.
Desci a escada rapidamente e fui para a cozinha a procura de uma toalha para estancar  o sangue que saia do meu ferimento.
A minha camiseta de manga comprida estava completamente acabada. Depois de tudo aquilo era iria para o lixo, o que me deixava triste. Ela era a minha camiseta preferida.
Estava sangrando bastante, o que não era uma coisa muito boa.
Escutei uma batida na porta da frente e foi abrir a porta para Edward.
Quando abri a porta me assustei. Edward estava com o seu rosto todo retorcido e sua expressão  era de dor. Por alguns segundo eu tinha me esquecido que Edward era um vampiro e que aquilo era difícil para ele.
Seus olhos não estavam mais dourados como de costume, eles estavam pretos, o que eu não sabia bem o que significava.
-Você esta bem?-perguntou ele olhando para o meu braço.
-Não foi nada grave. - apertei mais ainda a toalha contra o meu ferimento, como se eu pudesse fazer aquele cheiro desaparecer e não ferir mais o meu anjo.
-Eu estou bem, meu amor. -ele colocou sua mão em meu rosto fazendo uma caricia. -Só você que importa, realmente. -ele voltou os seus olhos completamente negros para o meu braço. -Deixe-me ver isso. -ele tirou a toalha do meu braço lentamente, deixando a mostra o meu grande ferimento. -Como não é tão grave?-ele olhou para o meu rosto novamente. -Amor, isso esta na carne viva.
-Não é nada importante. -coloquei novamente a toalha em cima do ferimento. -O que importa agora é a minha mãe. -olhei para cima.
Ele olhou por uns segundos para mim e depois subiu as escadas rapidamente, indo diretamente para a direção do banheiro.
Quando chegamos ele me olhou novamente e depois colocou a mão na porta. Ouve um barulho estrondoso como se estivesse um trator na casa.
Observei o teto por uns segundo e depois voltei a minha atenção para a porta. Simplesmente não havia mais maçaneta, a porta estava com um buraco enorme no lugar onde deveria ser o lugar da maçaneta. Olhei nas mãos de Edward e a maçaneta estava lá um pouco amassada.
Senti um cheiro não muito agradável no ar. Quando eu finalmente ira entrar no banheiro Edward colocou seu braço na frente para me impedir.
-Melhor você não entrar. -sussurrou ele olhando para o banheiro, fitando algo que meus olhos não podiam ver.
-Me deixe entra.-sussurrei. Se fosse algo com a minha mãe eu tinha o direito de ver, eu tinha a obrigação de ver.
Quando tive esse pensamento Edward retirou a sua mão e me deixou livre para escolher o que eu iria fazer.
Tentei respirar algumas vezes. Mas aquele cheiro horrível estava muito forte. Reuni toda a coragem que pode e entrei no banheiro.
A cena que vi não queria ter visto. Edward tinha razão, eu não tinha que ter entrado no banheiro.
Minha mãe estava deitada no chão e tinha uma possa enorme de sangue em sua volta. Seus olhos estavam fechados e seu rosto estava mais branco que o giz.
Fui rapidamente até ela e me abaixei para poder olhá-la melhor. Não percebi  que eu estava chorando, na verdade eu estava completamente perdida. Eu só fui perceber que estava chorando porque as minhas lágrimas estavam se misturando ao sangue de minha mãe.
Coloquei minha mão sobre seu rosto e quando senti sua pele fria a dor invadiu o meu coração.
Virei meu rosto na direção de Edward e ele estava com a mão no nariz e seu rosto estava mais pálido que o normal. Por incrível que pareça o rosto da minha mãe morta estava mais branco que o rosto de anjo de Edward.
-Ela não esta morta. -disse ele olhando para a minha mãe. -Seu coração ainda bate lentamente. -ele se aproximou de mim e se agachou ao meu lado. -Vamos deva-la para o hospital. Carlisle cuidara dela.
Como um movimento rápido Edward colocou minha mãe em seus braços e começou a carregá-la para o andar de baixo.
Eu fiquei só o observando sem reação. Parecia que as coisas não faziam sentindo.
Eu podia ver tudo perfeitamente, mas não consegui me movimentar, não conseguia pensar. Fechei meus olhos para tentar entender as coisas.
Eu estava agarrada a algo, isso eu sabia. Mas meus olhos estavam fechados e eu estava com muito frio mesmo. Não queria abri-los e achei que nunca mais fosse me aquecer de novo. Senti a mão de alguém em meu antebraço, então ouvi a voz doce de Edward murmurar qualquer coisa.
Como se eu tivesse recebido um choque elétrico, meu corpo derepente deu um pulo, tomando por um incrível senso de consciência. Contra minhas pálpebras fechadas vi o rosto de minha mãe sorrindo. Não estava ensangüentado nem pálido
Meus olhos se abriram e eu pode ver o rosto de Edward muito próximo do meu. Agora eu sabia o porquê de estar com frio. Os braços de Edward estavam a minha volta e eu estava agarrada a ele. Eu o abraçava fortemente e ele apenas me abraçava de volta fraquinho como se não quisesse me machucar.
Ele pegou a minha mão e me fez levantar do chão. Sinceramente eu não fazia idéia que estava sentada na escada.
Derepente, as coisas começaram a fazer sentido e o medo novamente me bateu. Independente do passado eu amava minha mãe. Tinha sido ela que tinha me dado à vida, e isso não tinha preço.
Caminhei até o carro prata de Edward e ele abriu a porta do carona para mim e eu entrei.
Eu não queria olhar para trás e ter que ver a minha mãe quase morta, então fiquei olhando para as minhas mãos manchadas de sangue.
Aquilo devia ser uma tortura para Edward. Eu não queria que ele passasse por isso, mais aquilo era o único modo de salvar a minha mãe.
Edward colocou seu braço em minha volta  e partimos para o pequeno e único hospital da pequena cidadezinha.

0 comentários:

Postar um comentário