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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O outro lado - capitulo 16

Capitulo 16: Decisão

As lágrimas continuavam a escores pelos meus olhos. Eu estava completamente cansada de tudo. Eu não tinha mais forças para continuar lutando.
Tudo o que eu acreditava, tudo por que um dia eu tinha lutado, tinha desmoronado. A minha vida estava se desmantelando bem na minha frente, e o pior era saber que eu não podia fazer nada.
Eu estava cansada de lutar e não sair do mesmo lugar. Nem mesmo a presença de Edward estava cessando a dor.
O meu amor por ele era maior que tudo, mais tinha chegado a um momento que não estava dando mais para suportar.
Eu tinha que colocar a minha cabeça no lugar.  Eu tinha que esperar a dor passar completamente.
Eu tinha tentado tanto, eu realmente tinha tentado segurar a barra. Tentado esquecer tudo e viver como se nada tivesse acontecendo, mais simplesmente não dava mais.
Eu tinha um problema, e tinha que enfrentá-lo de frente. Eu não podia viver remoendo uma coisa dentro de mim, sem ao menos tentar enfrentá-lo.
Eu não queria admitir, não queria aceitar, mais chegou à hora de tentar aceitar as coisas e  colocar a minha cabeça no lugar. Se realmente ela voltaria no lugar isso eu não tinha completamente certeza.
Eu tentei me livrar da memória, mais agora tudo estava ali, me obrigando a enfrentá-lo.
Levantei-me da casa e andei pelo quarto escuro. A dor me obrigava a chegar a uma decisão.
Eu tentaria viver a minha vida, tentaria colocar a minha cabeça no devido lugar. Doeria muito deixar o amor da minha vida, mais não seria para sempre. Depois que tudo estivesse melhor eu poderia ficar com Edward sem medo, sem nojo de mim mesma. Claro, se ele ainda me amasse e me quisesse ao seu lado.
Eu tinha que me livrar daquilo. Daquele sentimento de repulsa, de nojo. Respirei fundo, tentando arrumar coragem suficiente.
Quando eu abri a porta, Edward já estava parado me olhando com intensidade. Os seus olhos estavam tristes e no mesmo tempo estavam compreensivos. Alice não podia ver o meu futuro e não poderia saber da minha decisão. Mais Edward podia ler a minha mente, e naquele momento, ele poderia saber exatamente o que eu estava pensando.
-Você vai voltar para casa?-perguntou ele me olhando nos olhos.
-Não, eu não vou. -disse olhando para a janela. Seria muito difícil dizer aquelas palavras, mais aquilo era realmente muito preciso. -Eu tomei uma decisão. -sussurrei me afastando um pouco de Edward. Doía muito aquelas palavras que estavam presas na minha garganta, mais doeria mais se eu não as falasse.
-Eu sei. -disse ele. Os seus olhos ficaram mais tristes ainda.
-Edward, eu tenho que arrumar um tempo para mim. Um tempo para pensar, para superar, tudo isso. -confessei.
Andei lentamente para a cama. Mesmo doendo eu sabia que seria melhor assim.
Ele era o meu imprinting, e eu faria tudo por ele. Eu seria tudo por ele.
Na verdade a minha dor seria bem pior se eu não o amasse.
-Eu te amo mais que tudo. -comecei. -Mas eu não estou mais conseguindo lidar com tudo isso. Não estou mais suportando isso. -ele esperou que eu continuasse. - Tudo aconteceu tão rápido. A minha vida mudou tão rapidamente. -abaixei meus olhos. -Eu não estou conseguindo me encontrar no meio disso tudo.
-Eu lhe entendo. -disse ele se aproximando de mim. Depois ele se abaixou na minha frente. -Você aguentou tempo demais. -ele pegou a minha mão. -Você tentou esquecer tudo por mim, mais você não pode pensar apenas em mim. Você tem que pensar em si, pensar no que a sua vida se tornou. -ele tentou sorrir, mais não conseguiu. -Me dói muito lhe dizer adeus, mais se isso vai te ajudar a superar tudo isso...
-Eu estou sendo muito egoísta...
-Não, não esta. - ele me interrompeu. – Você pensou em mim em todas essas semanas, tentou disfarçar a dor, mais você não pode viver como se nada tivesse acontecido. Eu te conheço bem demais, eu sei que você esta sofrendo, muito. E você estava tentando esconder esse sofrimento só para me proteger.
-Mais eu falhei. -sussurrei tristemente. - Não consegui.
-Eu quero que você saiba de uma coisa. -ele colocou sua mão em meu rosto. -Eu sempre vou te esperar. Eu nunca vou deixar de amá-la.
-Eu seria mais egoísta ainda se eu te pedisse para me esperar. -disse me levantando.
-Então não pesa. -ele se levantou. - Isso nunca vai mudar. O meu amor por você nunca vai deixar existir.
-Eu sinto muito. -sussurrei entre lágrimas.
- Não sinta, meu amor. - ele enxugou as minhas lágrimas. - Você esta ferida e precisa se curar, isso é completamente normal com algum que... -sua voz desapareceu.
-Eu tenho que encarar tudo de frente. -tentei sorrir. -Não posso mais continuar fugindo de mim mesma.
-Eu só não quero vê-la sofrer. -ele beijou a minha testa. Eu fechei os meus olhos com força.
Eu não queria fazer o que estava fazendo, mais se eu não me fizesse, nunca poderia viver normalmente. -Eu te amo.
-Eu também. -sussurrei. - Até logo. - andei lentamente até a porta, depois desci a escada da casa dos Cullen lentamente.
Sai da casa. O dia estava realmente muito nublado, não dava sem para ver o sol.
Andei até o carro da minha mãe, depois de alguns minutos eu o liguei.
As minhas lágrimas estavam me impedindo de poder ver realmente a estrada a minha frente, mais eu não me importei, apenas continuei dirigindo.
Era como se a minha alma estivesse sendo despedaçada. E no fundo estava mesmo.
Edward e eu éramos uma alma só, e agora eu estava me distanciando dele.
Quando eu fui ver a pequena reserva a minha frente, eu me senti um pouco melhor.
Eu estaria com o meu pai, e isso me ajudaria muito.
Estacionei o carro na frente da pequena casa do meu pai. Ele estava já na porta e sorria alegremente.
Meu doce pai não sabia de nada, nem ele e nem o meu irmão.
Sai do carro e foi correndo para os braços de meu pai.
-Querida, o que houve?-perguntou ele quando eu comecei a chorar desesperadamente.
-Não houve nada. -menti ainda em seus braços.-Eu apenas estava com saudades.
-Sabe que sempre poderá contar com o seu velho pai?-perguntou ele fazendo uma careta no “velho”.
-Claro que sei, pai. -deixei a criança que havia em mim sair totalmente.
-Não fique assim, meu anjinho. -disse ele me reconfortando. – Vou sempre estar com a minha menininha.
Sai de seus braços e sorri para ele timidamente, igual ao que eu fazia quando era criança.
-Eu vou me deitar um pouco. -disse ainda sorrindo. -Estou muito cansada.
-Vai sim. -ele me encorajou.
Entrei na pequena casa e subi as escadas rapidamente. Entrei no meu pequeno quarto e me deitei na cama.
Meus pensamentos vagaram pelo passado. Quando eu me vi perdida, o meu anjo que manteve acesa a minha esperança. Nada mais fazia sentido.
E foi ele quem me deu colo, como quem protege uma criança. E quando se apagaram as luzes, foi ele quem me deu a mão e me tirou do escuro.
E mesmo contra o mundo, ele acreditou em mim. Eu nunca tive alguém no mundo que me amasse assim.
E agora eu estava sem o meu anjo. Eu estava completamente perdida.
Mas aquele seria o único jeito de eu poder viver em paz com ele.
Eu não podia mais ter uma relação com ele, não agora. Todas as vezes que eu o beijava, eu sentia o desejo de me afastar.
Eu não suportava ser tocada por ele, não por ele claro, mais for mim. Quando isso me acontecia  eu me sentia um lixo, era esse o meu sentimento.
Eu não merecia ter o amor dele. Mesmo eu amado ele mais que tudo, eu não podia beijá-lo, tocá-lo, sem sentir aquela repulsa de mim mesma.
Talvez, eu nunca pudesse beijá-lo sem me odiar, talvez, eu nunca mais pudesse ter uma relação afetiva assim.

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