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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

The only love Kate Volturi - cap 2

Capitulo 2: Sisters
Abri os meus olhos. O meu corpo estava completamente adormecido. Eu estava sentindo aquela sensação de formigamento.
Tentei movimentar o meu braço, mais antes que eu pudesse movê-lo, senti como se fosse uma agulha entrando nele. Fazendo-me gemer alto de dor.
Não era realmente uma dor muito forte, mais era agonizante e me impedia de pensar racionalmente. Depois de alguns instantes, a pequena e irritante dor começou a passar, lentamente.
Movimentei as minhas mãos e as coloquei no meu rosto. As minhas mãos estavam ásperas, me fazendo retira-las do meu rosto rapidamente.
Olhei ao redor a procura de algum vestígio da minha pequena e doce irmã. Estava tudo completamente silencioso e também estava ainda muito escuro. Aquilo indicava que ainda não tinha amanhecido.
Eu não queria realmente estar ali sozinha. Dentro de mim, bem no fundo, eu guardava um medo muito forte. Um medo me paralisava todo o meu corpo.
Eu não temia por mim, claro. Mais eu temia pela minha irmã, ela era tão pequena e frágil.
Eu tinha muito medo de deixá-la, porque se não fosse eu para cuidar dela, não havia mais ninguém.
Minha mãe sempre estava viajando com o meu pai e minha irmã nem se importava.
Eu não cuidava de Mary apenas por obrigação, mais porque eu a amava com todo o meu coração.
Às vezes ela me chamava de mãe e eu ficava completamente assustada. Claro que eu adorava saber que ela me amava. Mais isso não era sadio para ela.
Eu não era a mãe dela, eu era apenas a irmã dela. Uma irmã que seria capais de dar a minha vida para salvar a dela.
Eu sabia mais que ninguém que Mary sentia falta da minha mãe, sentia falta de um carinho materno. E esse tipo de carinho que eu  não podia oferecer a ela, mesmo que eu me esforçasse muito para isso.
Eu não podia lhe dar um amor de mãe porque eu simplesmente não sabia como. Eu ainda era uma menina e não sabia como lhe oferecer aquele tipo de amor.
Apesar de eu ter apenas 17 anos, eu já era muito sabia para a minha idade. Mais eu não era o suficiente.
Levantei-me da banheira e enrolei uma toalha ao meu redor. Enrolei os meus cabelos, que realmente eram bem longos, e os prendi.
Andei lentamente, tentando ignorar a dor em meu corpo. Era como se estivesse ferroes em meu corpo.
Quando eu cheguei ao meu quarto vi imediatamente que os olhos da minha irmãzinha estavam abertos, e sorri imediatamente.
- Você já esta acordada? - perguntei me aproximando ela.
Mary sorria docemente, deixando os seus dentinhos amostra. Os seus cabelos estavam caídos sobre o rosto fino.
Minha irmã se sentou na cama e me olhou por uns instantes. Seus olhinhos estavam tristes e ressentidos. Olhei para o seu corpinho pequeno e pude perceber que ela estava tremendo, não era muito forte, mais estava tremendo levemente.
Ela continuava sorrindo para mim e isso me acalmou um pouco. Mais eu ainda estava com medo, ainda estava com aquele sentimento de perda dentro de mim.
-Ande esteve irmã? - perguntou ela com a sua voz fina e muito doce.
- Eu estava no banheiro. - disse me virando e indo até o meu guarda-roupa. Abri a porta do guarda-roupa.
Peguei um vestido simples. Ele era azul de seda, e suas mangas eram medias. Eu não tinha a intenção de voltar a dormir novamente, não suportaria ter novamente aqueles pesadelos que me assombravam.
Coloquei o vestido lentamente. Eu realmente gostava dele. Ele ficou bem bonito em mim.
Não era um vestido luxuoso, mais era isso que me agradava. Ele ficou bem justo em mim e dava um contraste com a minha pele clara.
- Porque não volta a dormir, minha pequena? - perguntei, pegando uma escova e me sentando na cama.
Mary não respondeu e isso me deixou preocupada, virei a minha cabeça e olhei para a direção onde a minha irmã estava.
Mary estava deitada meio encolhida. Os cabelos caiam levemente sobre as suas costas pequenas. Ela estava com o dedo na boca, exatamente como eu fazia quando era pequena.
Mary parecia muito comigo. Os seus cabelos eram da mesma cor que o meus, mais a única diferença, era que os dela eram mais ondulados e os meus eram completamente lisos.
Mary sempre estava reclamando do seu cabelo longo. Ela simplesmente odiava cabelos grandes, ela falava que não ficava bom nela.
Um dia eu até arrisquei cortar os seus cabelos, mais a minha mãe não gostou nada. Ela dizia que garotas decentes não tinham que ficar cortando os cabelos. Falava também, que se nós pretendíamos nos casar, tínhamos que ficar lindas.
Vivíamos em uma época cheia de democracia e preconceitos. As mais prejudicadas eram as mulheres, não podiam fazer nada sem os seus maridos.
Eu não pretendia me casar realmente, mais eu não podia fazer nada a esse respeito, meus pais que escolheria o meu noivo e me obrigariam a me casar.
Acontecia com todas as mulheres, eu só esperava que um dia isso realmente acabasse. Onde vivíamos as pessoas não se casavam por amor, mais sim, por obrigação. O tão falado amor era muito raro aqui. E poucos podiam o sentir de verdade.
Eu realmente nunca tinha encontra o homem que me fizesse sentir o verdadeiro e tão falado amor. E eu realmente não queria que isso acontecesse. Seria até bom ter uma pessoa ao meu lado, mais eu sabia muito bem como acabaria a história. Eu seria obrigada a me casar com outro e deixaria o meu amado. E ambos sofreríamos, seria mais fácil o amor nunca ter existido.
Eu rezava para Deus nunca colocar o verdadeiro amor em meu caminho. Sei que todas as mulheres sonham com isso, mais isso realmente não era para mim.
Eu prefiro ficar sozinha e não ter ninguém ao meu lado, apesar de saber, que um dia isso vai acontecer comigo.
Minha irmã mais velha se casaria em poucos meses e depois seria eu. Eu teria que morar em outra casa e acabaria deixando Mary. Eu não queria que isso acontecesse.
Se eu não estivesse aqui, o que seria da minha irmãzinha? Ficaria completamente sozinha?
Sim, ela ficaria. E eu não podia fazer nada para evitar, mais eu tentaria ao máximo não me casar, para ficar com a minha pequena Mary.
Escutei um barulho forte e abafado vindo em minha direção. Eu não precisava realmente prestar atenção no barulho para saber que era a minha autoritária mãe que estava andando pela casa.
O barulho foi ficando cada vez mais próximo e eu me encolhi. Minha mãe não gostava realmente de mim, sei muito bem disso. A sua preferida sempre foi e sempre será a minha irmã Cynthia.
Na verdade, o real e único motivo da minha mãe gostar tanto da minha irmã, era porque Cynthia sempre obedecia a minha mãe. Sempre fazia as coisas que minha mãe ordenava.
Ela parecia uma boneca, não reclamava de nada e não demonstrava nenhum sentimento.
Essa era a nossa grande diferença. Eu me importava com as pessoas e as amava também. Minha irmã tinha que entender que o mundo não girava só em volta de minha mãe.
Pensando bem, isso seria uma coisa impossível. Minha irmã nunca entenderia.
Agora aquele sentimento de medo me tomou, o barulho começou a ficar cada vez mais perto.
Encolhi-me mais ainda. Minha mãe ficaria muito brava comigo. Ela não gostava que Mary dormisse comigo. Dizia que Mary já era bem grandinha e tinha que aprender a viver sem mim. Que um dia, eu a deixaria e ela tinha que aprender a viver sozinha.
Mais Mary era apenas uma criançinha. Ela tinha apenas 4 anos, e precisava de mim.
A porta se abriu derepente e minha mãe apareceu. Ela me olhava intensamente, os meus olhos estavam cheios de raiva.
- O que Mary esta fazendo aqui? Eu posso saber? - perguntou a minha mãe. Sua voz estava rouca e um pouco grave, por causa da raiva.
Ela olhou para a minha irmãzinha e se aproximou, no mesmo instante eu sabia perfeitamente  o que ela faria.
Levantei-me rapidamente e entrei na frente de minha mãe. Pude ver que ela ficou com mais raiva ainda. Ela odiava que eu defendesse a minha irmã.
- Então é assim? - perguntou ela levantando a mão. – Vai ficar contra a sua mãe? A mulher que lhe deu a vida?
- Mamãe... - tentei me explicar. Aquele meu sentimento era mais forte que a minha sanidade, não podia evitar. Quando eu iria explicar, abrindo a minha boca varias vezes. Mais antes que eu conseguisse me explicar, senti a mão na minha mãe chicoteando o meu rosto.
O meu rosto ardeu um pouco, mais eu não me importei. Seria muito pior se fosse a minha pequena.
Minha mãe parecia meio confusa, e por alguns instantes, eu pude ver o arrependimento em seus olhos claros.
Mais aquilo só durou alguns segundo, minha mãe se virou e andou em direção a cama.
- Por favor, não faça nada a ela. - implorei.
- Um dia ela terá que aprender a viver sem você. – minha mãe me olhou e depois colocou as mãos nos ombros de Mary. – Vamos, Mary, acorde! - gritou minha mãe, balançando minha irmã.
- Não faça isso com ela! - implorei entre lágrimas. - Por favor!
Os olhos da minha irmã se abriram, e pude ver a confusão dentro deles.
Ela piscou algumas vezes e olhou assustada para a minha mãe, as lágrimas escorriam pelo rosto dela.
- Irmã! Me salva! - gritou a minha irmã. Os seus olhinhos me encarando e dentro deles eu vi o medo.
Como uma reação automática, fui rapidamente até onde a minha mãe estava e peguei a minha irmã no colo, a tirando dos braços de minha mãe.
- Não faça isso Kate! - gritou a minha mãe. Mais eu não liguei, pequei a minha irmã nos braços e corri pela casa.
Eu sabia perfeitamente o que aconteceria, minha mãe iria querer bater na minha irmã.
E isso eu não podia permitir.
Corri o mais rápido que minha pernas agüentavam, mais eu estava com a minha irmã em meus braços e por causa disso eu não conseguia correr o mais rápido possível.
Coloquei a minha irmã de pé no chão e olhei para ela com firmeza.
- Mary, eu quero que você corra o mais rápido que puder.
-Mais, e você? - pude sentir a tristeza na sua voz. Tentei me concentrar e fazer o que tinha que fazer, ou era eu, ou era ela. E eu preferiria que você eu.
- Eu não estou pedindo, estou mandando. Eu quero que você corra e vá para a casa da Maria, de manhã as coisas estarão melhores. Então você poderá voltar para casa.
Mary estaria segura se fosse para a casa da minha melhor amiga. Lá ela poderia passar a noite sem se preocupar.
Mary assentiu finalmente, e correu para a floresta a nossa frente. O meu coração ficou apertado, era como se eu nunca mais a veria.
Olhei para a minha casa apavorada. Minha mãe dizia que quem era louca era a minha avó, mais na verdade, era ela. Ela me batia sempre e eu não fazia nada, eu não poderia me defender da minha mãe.
Minha mãe apareceu derepente em minha frente, e eu esperei.
Mais ela não se aproximou de mim, apenas me olhava.
Um grito ecoou na floresta a minha frente, e naquele momento, eu tinha certeza que era a minha irmã.
Corri em direção a floresta sem temer, se a minha irmã estivesse em perigo eu tinha que defende-la, não importava como. Não importava o que me custaria.

A floresta estava muito escura e o desespero tomou conta do meu coração. Olhei para o céu, e ele estava completamente escuro. Não tinha nenhum lance de luz que pudesse me guiar.
Continuei correndo pela floresta. Tinha grandes árvores a minha volta e eu tive medo de estar correndo em círculos.
Minha respiração ficou ofegantes, e meu corpo estava completamente cansado, mais mesmo assim, eu continuei correndo, obrigando o meu corpo a se mover.
Mais teve uma hora, que ele estava completamente sem forças e eu cai de joelhos no chão. As terras feriam os meus joelhos, mais não me importei.
As lágrimas escoriam desesperadamente pelo meu rosto, eu estava completamente desesperada, eu não podia deixar que nada machucasse a minha irmã.
Outro grito ecoou na floresta, e isso me deu um pouco mais de forças.
Me levantei rapidamente e continuei correndo, mais parecia que a floresta nunca acabaria, parecia que eu continuaria correndo para sempre.
Derepente os meus olhos avistaram algo. Tinha um homem a minha frente, ele olhou para mim instantaneamente.
Ele era muito alto e bem musculoso. Os seus cabelos eram escuros e o seu rosto era o mais bonito que eu já tinha visto.
Os seus traços eram fortes e os seus olhos eram bem vermelhos. Um frio percorreu a minha espinha, me fazendo tremer.
Eu reconheci aquele rosto. Eu nunca poderia esquecer.
Ele era o homem dos meus pesadelos, o mesmo rosto de anjo, o mesmo olhar maligno.
Um barulho me chamou atenção, me fazendo olhar para os lados.
O meu coração se despedaçou. Minha pequena Mary estava no chão, os seus olhos estavam fechados, o seu rosto estava pálido, e os seus lábios estavam roxos.
Tentei pensar em meio ao desespero, mais aquilo era impossível.
Corri até onde a minha pequena estava. As lágrimas me impediram de ver por alguns segundos. Os meus soluços ficaram cada vez mais altos.
- Não! - gritei colocando o corpo pequeno da minha irmã em meus braços. - Por favor, você não pode me deixar...- sussurrei sem forças. Minha sanidade estava por um fio.
Apertei mais a minha pequena em meus braços. Comecei a me balançar para frente e para trás. – Por favor, pequena. Não faça isso comigo. - implorei entre soluços. Beijei o rosto da minha irmã. Ela estava tão gelada, e seu corpo estaca ficando cada vez pesado em meus braços.
Ela não podia me deixar. Mary era a única coisa que eu amava na vida e não podia viver sem ela.
Olhei melhor para ela. Ela tinha um machucado bem fundo na cabeça. Sangrava bastante.
Minhas lágrimas começaram a se misturar ao sangue da minha pequena e amada irmã. Eu estava realmente ficando louca e não me importava com mais nada.
- Irmã? - escutei uma voz fina me fazendo olhar para baixo.
Os olhos da minha irmãzinha estavam abertos e aquilo me fez rir alto.
- Estou com você, sempre estarei. Eu já não te disse? - sussurrei. - Que susto você me deu pequena. Nunca mais faça isso com a sua irmã. – reclamei.
Minha pequena parecia estar confusa e eu entendia perfeitamente isso. Lembre-me do homem que estava atrás de mim. Ele tinha feito aquilo com a minha pequena.
Ele queria fazer mal a ela.
Olhei para trás e ele ainda estava lá, me encarando com frieza. Eu não podia deixar minha Mary se ferir mais.
- Mary? – perguntei. Minha voz tinha saído muito fraca e sem vida.
- Sim? – sussurrou ela em resposta, ainda muito confusa.
- Faça um favor para mim?
- Claro, irmã. Qualquer coisa.
Olhei novamente para o rostinho da minha irmã. Naquele momento eu tive certeza que aquela seria a ultima vez que eu a veria. Seria a ultima vez que eu veria o meu pequeno anjinho.
Mais eu tinha que a deixar partir, tinha que salva-la.
Mesmo doendo mais que tudo, eu tinha que abandoná-la. Mais seria por ela. Ela era a minha coisa mais valiosa e eu  não podia a fazer sofrer por mim.
-Eu quero que você vá para a casa da Maria. Não importa o que acontecer, mais fique lá. - falai rapidamente.
-Não vou deixá-la, irmã. – disse ela rapidamente. Os seus olhinhos brilhavam pelas lágrimas.
-Eu vou ficar bem. Prometo a você. - disse rapidamente. Mais nem mais eu tinha certeza das minhas palavras.
 -Não, não. Você não pode me deixar! – gritou ela me abraçando com força.
As palavras dela eram muito dolorosas. Era como facas que estavam sendo fincadas do meu coração.
Mais se fosse para morrer alguém, essa seria eu, não a minha pequena.
Eu teria que magoá-la para salva-la. Era a coisa mais difícil que eu estava fazendo na minha vida. As palavras que veriam a seguir seria as mais difíceis que eu já teria que pronunciá-las.
Dizer tudo o que eu iria não era nada fácil. Mais era realmente muito preciso, não teria outro jeito.
- Eu não quero que você fique comigo. – comecei. Pude ver nos olhos da minha pequena a decepção e a tristeza.

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